terça-feira, 28 de julho de 2009

ARY VANAZZI: Quantos jovens vão morrer amanhã?


A prefeitura de São Leopoldo respeita os dados fornecidos pela pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que projetam o número de jovens que serão assassinados nos próximos anos, entretanto sabe as prováveis causas e é capaz de enfrentar o quadro caótico apresentado com programas que o modifiquem. O levantamento coloca a cidade como a primeira no número de jovens que serão assassinados no Rio Grande do Sul, nos próximos anos. Ressalta-se que a pesquisa tem como ano-base 2005, coincidentemente o ano em que essa administração assumiu o Executivo.

De lá para cá, inúmeras políticas públicas foram implantadas na cidade, justamente para diminuir a vulnerabilidade social e dar oportunidade principalmente aos jovens. Em Assistência Social, no ano de 2005, foram aplicados R$ 1 milhão, valor que hoje é de R$ 12,5 milhões por ano, com perspectiva de atingir R$ 15 milhões em 2010. São investimentos em medidas socioeducativas e políticas públicas que já mostram seus resultados. Para se ter uma ideia, São Leopoldo era um dos líderes em jovens internos no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), ex-Febem, e agora há redução de 68% nestes encaminhamentos.

Além disso, em 2004, havia 22 crianças morando nas ruas da cidade. Em 2009 este número é zero. Em quatro anos, 2.693 jovens participaram dos projetos sociais; 600 ingressaram pela primeira vez no mercado de trabalho; foram investidos R$ 5 milhões em projetos de juventude, com parceria do governo federal, 80 praças do município foram revitalizadas, com implantação de pista de skate e campos de futebol.

Criada em 2005, a Diretoria Municipal de Juventude, que executa as ações, organizou duas conferências municipais, buscando sugestões de políticas públicas junto à própria faixa etária. Cinco mil jovens participaram das duas edições do evento.

Sobre a projeção de mortes entre os jovens, destaca-se que em 2006 foram registrados nove homicídios de jovens entre 12 e 18 anos em São Leopoldo, número que caiu para quatro em 2007, e cinco mortes nesta faixa etária em 2008. A cidade também despencou no ranking total de homicídios no Estado, de terceiro para sétimo no último ano.

É preciso adotar medidas preventivas para mudar o cenário de violência, como estamos fazendo. E a inserção social é o melhor caminho. Não dá para esperar de braços cruzados e ficar atônico a uma nova pesquisa. Com comprometimento político e ações preventivas, é possível, sim, enfrentar o problema da drogadição e da mortalidade crescente oriunda da guerra entre traficantes. O amanhã é dos jovens. E o presente também.

Ary Vanazzi é prefeito de São Leopoldo/RS

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